sábado, 25 de junho de 2011

Conhecendo a Universidade Federal do Espírito Santo

No dia 10 de junho de 2011, os alunos dos terceiros anos dos turnos matutino e vespertino da EEEFM Aristóbulo Barbosa Leão, participaram do Projeto "Conhecendo a Universidade Federal do Espírito Santo", em parceria com a Secretaria de Inclusão Social da UFES, a qual desenvolve o Projeto Visibilidade Universitária, que visa abrir as portas da universidade para os estudantes da última série do ensino médio.

Além disso, foram à Feira de Cursos, a fim de conhecer e tirar dúvidas sobre cursos de seus interesses.







Neste dia os alunos do matutino tiveram a oportunidade de conhecer o Planetário e de assistir a uma aula (teórica e prática) de Fotossíntese, juntamente com os alunos graduandos da disciplina Fisiologia Vegetal, ministrada pela professora Diolinda (UFES).














Essa atividade foi coordenada pelos seguintes professores: Fabíola (Sociologia), Letícia (JET/Projeto), Layla (História) e Joacir (Filosofia). A professora Neiva (Lingua Portuguesa) também acompanhou a atividade.


Valeu, galera!!!! Saudações sociológicas!!!!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Pesquisa mostra quais os sonhos dos jovens

O maior desejo de 55% dos jovens brasileiros quando se fala de trabalho é ter a “profissão dos sonhos”. Nove em cada dez gostariam de ter uma profissão que ajudasse a sociedade. É o que aponta o estudo o ‘O Sonho Brasileiro’,  feito com cerca de 3 mil jovens de 18 a 24 anos de [...]

O post esta desponivel aqui:  http://www.infojovem.org.br/2011/06/14/pesquisa-mostra-quais-os-sonhos-dos-jovens-brasileiros

'Cômoda juventude' (InfoJovem)

InfoJovem publicou um artigo novo, 'Cômoda juventude'

Houve um tempo no qual os jovens tinham disposição para lutar: lutou-se contraa falta de direitos, contra o preconceito, contra a corrupção e contra a guerra civil.

...Artigo escrito por um Estudante do 3º ano do Ensino Médio.

O post esta desponivel aqui:
http://www.infojovem.org.br/2011/06/14/comoda-juventude/

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Depoimento do menino João Paulo sobre os protesto do estudantes e a ação do BME no Espírito Santo-ES

Fui preso galera!

Vê só que doidera:

Era uma quinta feira, e eu tinha acabado de assistir no Balanço Geral o Amaro Neto transmitindo ao vivo aquele furdúncio lá no centro de Vitória, no Palácio Anchieta. O BME passando por cima do tiozinho, disparando bala de borracha, esfumaçando todo aquele cenário que os capixabas tem por muito familiar: o Canal de Vitória e o porto por trás das grades, separado pela avenida onde tudo começou do palácio anchieta, todo garboso no topo das escadarias.

Que viraram barricadas, com um monte de estudante jogando pedras sobre o BME. Achei digno. Quem ficou mal foi o jornalista da record, com aquela quantidade de gás das bombas arremessadas pelos soldados na direção do Palácio Anchieta. Assisti enquanto almoçava.

Fui pra UFES, pra Semana Nacional de Pós Graduação do Mestrado de Ciências Sociais, evento que o Mestrado do Curso realizava pela primeira vez. Participei do GT até o intervalo, 15:00 da tarde, e fui pegar meu copinho de café. E falaram do ato lá na frente. Fui né. Já tinha assistido tudo pelo Balanço, queria ver com os meus próprios olhos o que tava acontecendo.

Cheguei lá na Frente e uma galera já tinha fechado a Fernando Ferrari. Muito mais gente que no centro, aparentemente. E o BME chegou, e foi o Caos. Confesso, ajudei a quebrar o cadeado do portão da universidade. Ia ser foda todo mundo correndo, imaginava, pelos portões apertadinhos da ufes quando o BME agisse. Eu sabia que eles iam dispersar todo mundo.

Mas deu tudo errado. Eles dispersaram todo mundo e se mantiveram na frente da ufes. Inevitável, pedras voando. E bombas pra dentro da universidade. Nesse momento, já não havia mais estudantes na rua, todos dentro da universidade. Em frente ao Teatro Universitário, onde acontecia um evento de educação infantil ao que me parece. Haviam vários ônibus estacionados em frente. Foram os que levaram as crianças pro Teatro e que estavam sendo bombardeados pelos policiais.

Quatro pessoas foram presas, sem acusações. O oficial responsável pela operação, indagado por mim, se recusou a dar informações sobre as prisões.

Com meu celular filmei toda ação. Principalmente dentro da universidade, filmando os policiais fora, gritando "Tô filmando, não atira, tô filmando!" "Só tem criança no teatro manda parar de atirar bomba, só tem criança!" "Para de dar tiro tem um monte de menina, tem um monte de criança, para de dar tiro". Enquanto isso eles, por trás das grades, continuavam com as bombas, com os tiros. Pra dentro da Universidade.

    Foi essa hora aqui


Aí eu tomei o primeiro. E o segundo, na costela e na barriga. Achei que fossem pedras no começo, mas quando ardeu entendi o que tinha acontecido. Tomei dois, corri, tomei o terceiro, com certeza do grupo que eu filmava: Um oficial e mais três policiais, um dos quais disparou um tiro à curta distância. Esse oficial...

Aí acabou meu dia. Os manifestantes se reagruparam dentro da ufes, e saíram em passeata pela saída norte da Universidade em direção à Terceira Ponte. A essa altura até o vice reitor, além das criancinhas do Teatro, já tinha curtido sua dose diária de gás lacrimogênio. E a passeata seguiu surpreendentemente ordeira e pacífica, pra tudo o que já tinha rolado aquele dia. E fui junto né? Até tiro já tinha tomado!

Meu plano era outro praquela quinta feira. Mas como se acovarda? Depois do que eu vi acontecer na frente da Universidade onde estudo, depois de tomar tiro de bala de borracha, como é que volta pra assistir apresentação de trabalho em evento acadêmico? Fui junto. Mas confesso que sabia que ia dar merda. Os caras do BME tudo com sangue nos olhos durante a ação. Na crueldade mesmo, no sadismo, na piadinha...

Pro BME, só os reprovados no psicotécnico, parece. Todos sem identificação, uma boa parte deles mascarados. Levantaram a suspeita de serem esses os que fazem algum curso na UFES. Nos reencontramos antes da praça do Cauê, no final da Reta da Penha. Mais balas de borracha, mais bombas de efeito moral e gás lacrimogênio. Na ufes estava com a camisa molhada no rosto, sofri pouco com o gás. Na chegada da ponte foi sinistro.

Todo mundo dispersando mó correria. Nos reagrupamos na Cezar Hilal. Resolveram fazer uma plenária pra decidir o que fazer. Quarenta minutos de jograis poéticos até que estoura um corre corre. Gente gritando, correndo, uns pra um lado outros para o outro.

ENTÃO: Um sujeito armado estava no meio dos meninos, ninguém sabia exatamente fazendo o que. Gritaram "POLÍCIA!" e ele "não sou polícia não não sou polícia não" até que, acuado, assumiu ser policial e levantou a arma efetuando três disparos. Uns correndo dele, outros correndo pra cima dele. E eu correndo atrás desses: "Vocês tão doido, tão querendo tomar tiro alguém aqui tem o peito de aço?". Ainda ouvi de um cidadão muito bem disposto "Se for mais de dez atrás dele ele não vai ter bala suficiente pra todo mundo, não vai atirar."

Aí enquanto o P2 corria da turba, no rastro dele veio o BME, com tiros e balas de borracha. Acabaram com a belíssima assembléia, que tinha decidido, veja só, marchar até a casa do Casagrande(!!!). E todo mundo correu, na iminência de quê? Correr pra Leitão da Silva, pra voltar pra UFES. Foi a proposta derrotada no exercício poético-discursivo dos jograis.

Falei o tempo todo pra todo mundo: Tá doido gente, os caras com sangue no olho e vocês fazendo plenária? Vamos em passeata pra qualquer lugar, em passeata os caras não pegam agente, tamo aqui chamando eles. E rolou a treta com o P2. E o corre corre. E o BME chegando na grosseria.

Aí fudeu tudo.

Todo mundo correndo entre os carros e os policiais atravessaram pelo terreno baldio da antiga GIACOMIM, se não me engano. E encurralaram uma galera. Eu dentre eles. Quando dispersou todo mundo eu fiquei pra trás, fotografando e orientando a galera pra correr "Corre galera sai daí, agrupa com o resto do povo lá na frente!"

Aí eu parei na frente de um prédio cheio de gente da passeata. Tem até um vídeo aí que mostra, exatamente a hora da minha prisão. "Sai de dentro do prédio gente, vc´s vão ficar aí em 10 com todo mundo lá na frente? Vamo atrás de todo mundo aqui agente vai se fuder!" Aí cercaram agente. "Todo mundo volta pro prédio, corre pra dentro eles tão vindo!" e fiquei do lado de fora pra assistir o que acontecia.

Eis que vindo  com a tropa que invadia, quem eu reencontro? O querido oficial que eu havia filmado lá na frente da ufes. O mesmíssimo, com a farda camuflada. Pistola apontada para a minha cara, desde lá debaixo: "MÃO NA CABEÇA! MÃO NA CABEÇA!" "sim senhor"

Botei as mãos na cabeça e desci as escadas do prédio em direção à calçada. Fui imobilizado e jogado no chão. Não ofereci resistência. "DEITA COM A CARA NO CHÃO, CARA NO CHÃO!" Fiquei com a cara no chão.

Chega o oficial: "ACHOU QUE IA FILMAR A MINHA CARA NÃO É? CADÊ SEU CELULAR? CADÊ O CELULAR?". "No meu bolso esquerdo senhor". Fui revistado, não encontraram. Me levantaram eu peguei o celular no bolso e entreguei a eles. Me algemaram e me botaram no cofre da viatura com outro manifestante que fotografava e filmava o ato desde o começo.

Durante 1 hora fiquei preso no cofre da viatura e algemado, ouvindo o rádio da polícia. No rádio, a confirmação de que o sujeito armado era realmente um policial infiltrado: "O que foi que aconteceu?" "Um colega nosso do serviço reservado foi identificado, correram pra cima dele, mas agente garantiu a segurança dele lá".

Pelo celular do brother preso comigo, consegui avisar que havia sido detido, ainda no camburão. Foi muita gente pro DPJ, à espera de muitos amigos que haviam sido presos. Amigos, filhos, namorados, ex namorados, alunos, companheiros... E todos na maior agonia, porque só chegamos à delegacia depois de muito tempo detidos. Demos um rolêzinho antes.

Nos levaram todos para o quartel do BME em Maruípe. Fomos fotografados, tivemos a ficha levantda. "Mora aonde? Estuda na UFES? Qual curso?"  Menores de idade, meninas inclusive, todos na mesma situação. Sendo interrogados pelo BME.

Um oficial vem devolver meu celular. Todos os vídeos e fotos haviam sido apagados.

Algum tempo depois somos levados em um ônibus até a frente do DPJ de Vitória, no bairro Horto. Muito tempo após a nossa detenção, que deve ter ocorrido por volta das oito e pouco. Só fomos liberados da delegacia às quatro e tantas da manhã, sem que tenhamos sido sequer informados acerca do motivo da detenção.

Devo ter sido preso porque filmei. E tomei três tiros pq não joguei nenhuma pedrinha...

Faz sentido pra você?

desabafando, na moral? Igualzinho ao Espírito Santo. Aqui nada faz sentido. É governo defendendo ilegalidade, como no caso da construção do Estaleiro da JURONG na Barra do Riacho em Aracruz. É governo querendo expulsar gente de casa pra dar terra pra VALE em anchieta. É governo botando polícia pra expulsar gente de casa em Aracruz. Pra jogar bomba e dar tiro pra dentro da UFES. Hospitais Lotados. Passagem Cara, Serviço Péssimo. Trânsito Caótico. Poucas Ciclovias. Presidente do Tribunal de Justiça pego com a boca na botija vendendo sentença. E quem vai preso sou eu. Ele só aposentou com 22mil de salário. E tem mais um monte que vende sentença e todo mundo sabe e não fala nada. E tem mais um monte de coisa errada acontecendo que todo mundo sabe e ninguém fala nada. Um Estado que é muito mais sensível em manter a máquina funcionando que deixar a existência dos seus cidadãos mais suportável, nesse mundo caótico em que nós vivemos. E A GAZETA E A TRIBUNA FALANDO QUE TÁ LINDO, VAI TER EMPREGO, TAMO CRESCENDO. O que tá crescendo é o lucro do patrão de vocês,  das três famílias que são donas do Espírito Santo até hoje, e ficam alugando A MINHA TERRA feito PUTA pras multinacionais estrangeiras trazerem as plantas industriais que ninguém mais quer no "mundo desenvolvido" só pra ter mais uma graninha pra disputar eleição. Mas deixa estar. Enquanto vocês acham que o mundo não vai mudar, e se acomodam com conforto, é que o mundo se sacode e derruba esses parasitas que impedem o nosso livre desenvolver!

hoje os meninos marcaram um ato, concentração a partir das 7 da manhã no Palácio Anchieta. #protestoemvitória

e no dia 18 de junho a #marchadaliberdade! uma festa pelo direito da livre manifestação, contra a violência policial, contra os crimes ambientais dos governos, contra todos os tipos de discriminação, pelo livre desenvolver do povo! uma festa, pra matar os recalcados do outro lado de inveja!


Este depoimento foi repassado pela professora Letícia Ramos Magalhães.

domingo, 5 de junho de 2011

Fala galera!! (6)

A todo momento temos acesso a textos, entrevistas, fotos, vídeos e opiniões diferentes a respeito das recentes manifestações dos estudantes na cidade de Vitória/ES.


Precisamos estar atentos aos discursos midiáticos que tentam a todo custo manipular a opiião pública contra a manifestação dos estudantes, desqualificando o movimento estudantil.

Conflitos da polícia com a sociedade: as formas de controle social sobre as ações policiais

Click no link abaixo e veja a reportagem publicada no Gazetaonline:

http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2011/06/noticias/especiais/871411-conflitos-da-policia-com-a-sociedade-as-formas-de-controle-social-sobre-as-acoes-policiais.html

sábado, 4 de junho de 2011

Fala galera!! (5)

O dia 02/06/2011 ficará gravado em nossas memórias pela violência com que os policiais cometeram contra os estudantes numa manifestação.

Os confrontos começaram as 07h00min  da manhã e seguiram ate às 17:00 da tarde. Violência, descaso, tiros com bala de borracha e bombas foram o que marcaram esse manifesto . Com a chegada da tropa de choque (BME) que agiram com extrema violência e frieza com os manifestantes, os estudantes tiveram que recuar, pois o manifesto contra a tarifa do transcol se tornou um campo de guerra, estudantes feridos, a imprensa em meio do fogo cruzado...
       
Elaine Duarte e Diéssica Lorrane - alunas do 1º ano da EEEFM Aristóbulo Barbosa Leão (Serra/ES)

Fala galera!! (4)

É um verdadeiro absurdo o governo querer aumentar a passagem. Além de ser caro, não é nem um pouco confortável. Você vai em pé, apertado e ainda por cima, aguentando coisas que você não merece aguentar (cheirinhos desagradáveis). É um verdadeiro caos. Daqui a pouco é até mais econômico andar de taxi. Os estudandes, antes de fazerem a manifestação conversaram com o governo, e como sempre o governo não fez nada, então, o jeito foi manifestar para tentar chamar a atenção e o que o governo só soube fazer, foi chamar a policia e assim os estudantes serem agredidos com balas de borracha. É uma verdadeira vergonha isso na sociedade em que vivemos.

Só no Brasil mesmo, por isso que só fica atolado, e nunca vai para frente. O governo é uma verdadeira "m*", e só faz o papel do ridículo. Nunca escuta a opinião do povo, e a única coisa que eles se preocupam é em ganhar votos e dinheiro, sendo que promessa cumprida para eles, é uma barreira que eles nunca irão realizar. Que vergonha! E aê governo, deixamos uma pergunta para você: como ficará essa situação? Continuaremos sofrendo com essa falta de atitude de vocês? Salário mínimo só aumenta o mínimo, né? E sua família como está? A limusine tá progredindo? Lá o ar está refrescante? Porque aqui no transcol está a mesma coisa que um inferno e ainda por cima pagamos R$2,30. Essa é a triste realidade do Brasil. Trabalhadores sofrendo, e o governo corrupto tendo do bom e do melhor. Tudo isso é uma verdadeira "m*", uma falta de sacanagem com a população.

Ana Karoline P. e Stephany Evencio - alunas do 1º ano da EEEFM Aristóbulo Barbosa Leão (Serra/ES)

Fala galera!! (3)

PROTESTO EM VITÓRIA

O motivo do protesto em Vitória foi contra o aumento a passagem do ônibus.. Como todo cidadão tem direito e deveres, temos o direito de lutar e protestar por uma vida em que você possa ter passagem gratuita para o lazer. Educação não se aprende somente na escola, em todos os lugares aprendemos algo, com certeza Cartão liberado é direito nosso.
Como já pagamos imposto também temos que pagar para nos locomovermos pela cidade? As pessoas reclamam de quando pulamos as roletas, mas isso é um meio de protestar, para baixar a passagem até porque hoje em dia a passagem já está cara e aumentar vai ser pior, pois grande parte da população precisa do transporte mas o total de gasto em um mês com passagem de ônibus seria um gasto para colocar comida e bebida em sua casa.
Queremos que o Brasil vá pra frente, mas como? Se a verba que deveria ir para a população está indo pros políticos e enchendo o bolso deles, e os cidadãos que vêem e aprovam a atitude do Estado sem se manifestar são alienados.

                                     Protestar abre a mente e evolui ações !

 VÍDEO MOSTRA O MANIFESTO ..


Amanda, Giseli, Stefanie Fraga - alunas do 1º ano da EEEFM Aristóbulo Barbosa Leão (Serra)

Fala galera!! (2)

Protesto de Estudantes fecha o centro de Vitória 


Na nossa opinião o protesto dos estudantes foi certo, pois o governo está deixando de lado os estudantes. Não vê que alguns estudantes não tem condições de pagar a tarifa do transporte publico, que além de tudo anda em péssimas condições.

Repudiamos a violência com que os policiais trataram os estudantes. Podiam ter chegado a um acordo, mas que não chegasse a tanta violência, como o que ocorreu.

A passagem está cara, e quem tá pagando por tudo isso é o povo... Isso foi bom para todos, pois o governo está vendo que ninguém está satisfeito com qualquer coisa !!!

Daniela Lima, Samuel Araújo (alunos do 1º ano da EEEFM Aristóbulo Barbosa Leão - Serra)

Fala galera!! (1)

Acorda povo brasileiro!

Ah! Como eu sinto um alivio enorme, quando eu ouço alguém dizendo que rolou alguma manifestação estudantil. Isso faz parecer que os brasileiros não abaixaram a cabeça por completo para o governo, e mostra que existem pessoas que ainda tentam lutar pelos seus direitos. Esse manifesto mostra que não vai demorar muito tempo para o governo fazer a vontade do povo, que era para estar fazendo já faz tempo. Agora rola uma pergunta que eu faço: será mesmo que o pessoal do governo escuta os estudantes? Eu sou estudante de uma escola estadual aonde lutamos pela reforma do colégio já faz mais de cinco anos, e aprendei nas aulas de Sociologia, que o autor Gilberto Dimenstein em um dos seus textos fala que os direitos do brasileiro só são garantidos no papel, e que não são cumpridos. Já está passando da hora do brasileiro pensar por si próprio e começar a lutar pelos seus direitos porque como se diz: A união faz a força!

Renato Albino, aluno do 1º ano do Ensino Médio da EEEFM Aristóbulo Barbosa Leão (Serra/ES)

Estudantes são violentamente reprimidos por Batalhão de Missões Especiais em manifestação pela redução da passagem em Vitória (ES)

 Luciana Silvestre Girelli*

“No dia 02/06, Vitória vai parar”. Essa era a frase colada nos pontos de ônibus de Vitória (ES), há cerca de dois meses, pelo Movimento Passe Livre (MPL) e organizações estudantis, anunciando o dia de luta pela redução do preço da passagem e pelo passe livre. Confirmando o indicativo, na manhã de ontem, os estudantes iniciaram os protestos fechando as vias de acesso ao Centro de Vitória, em frente ao Palácio Anchieta, e foram violentamente retirados pelo Batalhão de Missões Especiais (BME) da Polícia Militar.

As manifestações pela redução da passagem e em protesto contra a repressão policial continuaram no período da tarde, na Avenida Fernando Ferrari, em frente à Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Cerca de 200 estudantes protestavam na avenida, quando o BME atirou bombas e balas de borracha, atingindo as pessoas que estavam nas dependências do campus da Ufes, incluindo prédios de salas de aula, o Teatro Universitário e o Centro de Vivência. Muitos estudantes sofreram ferimentos e tiveram que ser hospitalizados.

De acordo com o integrante do Diretório Central dos estudantes da UFES, Vitor César Noronha, a pauta que estava focada no movimento estudantil se expandiu para toda a sociedade, pois o governo do Estado promoveu uma série de ações violentas contra os movimentos sociais, o que se explicitou no ato de ontem. Ele também reiterou que, a partir de agora, o movimento vai reivindicar a liberdade de organização e a desmilitarização da polícia. “Acreditamos que deve haver uma intervenção no ES, devido às ações de desrespeito aos diretos humanos e à Constituição Federal”, falou Vitor.

“Estive na manifestação e percebi a tropa de choque ensandecida. Não foi a primeira vez que a polícia atacou os movimentos sociais dessa forma, o que é muito grave”, afirmou o presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Gilmar Ferreira. Ele disse também que o Estado tem consolidado a prática de violação de direitos humanos e que o governo estadual precisa abrir o diálogo com os movimentos sociais.

Para o advogado e integrante do Conselho Estadual da Criança e Adolescente, André Moreira, foi utilizada uma força muito além da necessária para conter o protesto. “O governo estadual escolheu a pior forma de resolver o problema, que foi pelo uso da violência. Ele deveria ter aproveitado a pauta dos estudantes para solucionar o problema do transporte público no Espírito Santo”, opiniou André.


Ufes é bombardeada pela Polícia Militar. Após a violenta repressão contra os estudantes em frente ao Palácio Anchieta, no Centro de Vitória, o BME atirou bombas e balas de borracha contra os estudantes que paralisavam a Avenida Fernando Ferrari, em frente à UFES, na tarde de ontem. Mesmo após os estudantes terem deixado a pista, o BME continuou atirando para dentro do campus universitário.

“A gente estava na rua fazendo movimento pacífico, quando o choque jogou bombas de gás. A Ufes parecia um campo de guerra. Muita gente que nem estava na manifestação se machucou”, registrou a estudante de Ciências Sociais da Ufes,  Macely Schun.

Conforme depoimento do professor do Departamento de Matemática, Leonardo Meireles Câmara, o BME jogou diversas bombas do lado de fora da universidade, atingindo diversas pessoas. “Eu disse que eles estavam cometendo um crime federal e que não poderiam adentrar para a universidade. Falei que era professor e eles me ameaçaram, apontando a arma em minha direção”, relatou Leonardo. Ele reiterou que é necessário punir os responsáveis pelo ocorrido e que a universidade deve entrar com as medidas cabíveis.

De acordo com a professora do Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento, Mariane Lima de Souza, no momento dos ataques do BME, estava ocorrendo uma sessão de filmes infantis para crianças de 3 a 6 anos, de várias escolas de Vitória, no Teatro Universitário. “As crianças não sabiam o que estava acontecendo e um funcionário do teatro estava recebendo um número grande de pais e professores que estavam desesperados, pois não sabiam se saíam do espaço com as crianças ou permaneciam no local”, relatou a professora. Ela disse que ficou assustada com o despreparo da polícia para lidar com essa situação e afirmou que é inadmissível pensar em ações de extrema violência em espaço de grande circulação de pessoas.
Em nota oficial, o reitor em exercício da UFES, Reinaldo Centoducate, afirmou que o episódio entre o BME e os manifestantes acabou causando conseqüências para estudantes, servidores técnicos, professores e visitantes que passavam na área do campus e que não tinham qualquer participação no evento. Para a Administração Central da UFES, o campus da universidade, seus professores, servidores, estudantes e visitantes, não podem sofrer conseqüências físicas e morais diante de um episódio ocorrido numa via pública.

Estudantes são encurralados nas calçadas e retirados de dentro dos ônibus pelo BME. Após a violenta repressão em frente à universidade, os estudantes caminharam em direção ao pedágio da Terceira Ponte, que já havia sido fechada com cerca de 100 policiais. O BME partiu em direção aos manifestantes que foram encurralados nas ruas e calçadas. “Ficamos cercados pelo BME por todas as ruas. De um lado, havia o batalhão de choque, de outro, havia a cavalaria e ainda tinha as bombas e sprays de pimenta”, relatou o estudante de Ciências Sociais da UFES, Fernando Leal.

Para se refugiar da ação violenta, muitos estudantes entraram nos ônibus, mas alguns foram retirados à força e presos. “A cavalaria da polícia veio em direção aos estudantes para prender e não para dispersar. Os estudantes foram algemados e presos e sofreram várias violações de direitos humanos”, afirmou a assistente social que participava da manifestação, Camila Valadão. No final do dia, cerca de 27 estudantes haviam sido presos, mas foram liberados durante a madrugada devido à pressão do Conselho Estadual de Direitos Humanos (CDDH) e de advogados parceiros dos movimentos sociais.


Movimento estudantil organizado e movimentos sociais integram manifestações na cidade. Ao contrário do que a mídia local tem repercutido, o movimento pela redução da passagem é integrado por diversas organizações estudantis, incluindo o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFES, vários Centros e Diretórios Acadêmicos, executivas e federações de curso e o Movimento Passe Livre (MPL). “Várias organizações e movimentos sociais estão na luta pela redução da passagem, pois essa é uma pauta de interesse de toda a sociedade”, afirmou o diretor de Articulação do DCE da UFES, Raphael Sodré.

Além disso, esse movimento conta com o apoio de diversos movimentos sociais no Espírito Santo. Até o momento, já manifestaram apoio a essa luta o Conselho Estadual dos Direitos Humanos, Movimento Nacional dos Direitos Humanos, UNEGRO- ES, Movimento Terra e Liberdade, Consulta Popular, Círculo Palmarino, Assembléia do Movimento Negro, Sindicato dos Jornalistas do Estado do Espírito Santo, Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Sindicato dos Bancários do ES, André Moreira - presidente do Conselho Estadual de Direitos da Criança e do Adolescente, Fórum Juventude Negra, Comissão de Direitos Humanos da OAB, Intersindical Nacional, Força Sindical, Diretório Central dos Estudantes da UFES, Adufes.


Melhoria do transporte público é a pauta de fundo do movimento. Além da redução do preço da passagem e do direito ao passe livre, o movimento traz para a pauta da sociedade o debate sobre o transporte público e da mobilidade urbana. “A questão de fundo do movimento é a qualidade do transporte urbano, o que reflete diretamente na qualidade de vida da população urbana”, falou o secretário geral do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo, Carlos Araújo. Ele reiterou que essa pauta ganhou a sociedade na medida em que os estudantes foram à rua por um projeto alternativo de transporte, o que não tem sido apresentado pelo governo estadual.


Novas manifestações estão previstas para hoje. Conforme deliberação da Assembleia de estudantes realizada no final da tarde de ontem, hoje ocorrerá um novo Ato pela redução do preço das passagens e contra a violência policial. A concentração será às 17 horas, em frente ao Teatro Universitário, na UFES.


Luciana Silvestre Girelli – Jornalista da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (ADUFES)




Confira os vídeos.


De manhã, em frente ao Palácio do governo, no Centro de Vitória:

De tarde, na Ufes:

À noite, na Avenida Cesar Hilal, próximo à 3ª ponte. 



Reportagens: